quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Que caminho seguir?

Olá amigos,
Decidi compartilhar com vocês um texto que escrevi em 2011. Acredito que para muitos ainda assim será um texto atual. É um pouco longo mas sem dúvidas vale a pena ler até ao final.
Abraços,
Gilmar


"Que caminho seguir? (@gilmarvieira) 26/04/2011
Por Gilmar Vieira

Essa é a pergunta que a maioria dos recém-formados fazem. Também é feita por aqueles que ainda não concluíram sua graduação e, também, por aqueles que ainda não decidiram qual faculdade devem ou querem cursar.
Penso que mesmo após a escolha da faculdade, da profissão a ser seguida, a área de atuação ainda não se delimitou. Obviamente que o “leque de opções” já fica reduzido com a escolha da graduação que se cursará, mas a área de atuação geralmente ainda não.
Citarei o meu próprio exemplo e cada um analise sua situação pessoal. Vejamos:
Me formei no final de 2008 como Bacharel em Direito, fui aprovado no primeiro exame de ordem que prestei (137º Exame de Ordem) em SP. Antes que digam que foi sorte, lhes digo que a preparação para que isso acontecesse foi árdua, chegando a 14 horas de estudos diários e muitos dias com somente 2 ou 3 horas de sono. A sorte só aparece para quem está preparado naquele momento. Não podemos colocar todas nossas moedas somente na sorte, é preciso mais, é preciso foco, é preciso afinco nos estudos, é preciso estudar o edital, é preciso estar presente nas aulas (quem ainda está cursando a graduação), enfim, aproveitar e fazer tudo o que está a seu alcance, para que aí sim a sorte possa lhe sorrir.
Passado a OAB, já advogado, terno alinhado, peito estufado, escritório montado, que venham os casos, os processos, as ações, os clientes. CALMA! Não é tão simples e fácil assim. A Advocacia é relação de confiança, confiança entre Advogado e Cliente. Mas, se o caminho a seguir é montar seu escritório, como ter confiança se quase ninguém te conhece? O processo é lento e demorará uns bons anos até você ter a confiança da sociedade e até lá, excluindo aqui os casos daqueles alunos que já estagiam em escritórios e que a aprovação é condição “sine qua nom” para sua efetivação, a clientela é escassa, escassa e muito exigente!
Mas e aí, que fazer? Pois bem, essa é a pergunta que me faço neste momento. A Advocacia sem tempo para dedicação exclusiva, por conta da necessidade de se manter em outra atividade profissional, é algo complicado de se imaginar. Se com dedicação em tempo integral já é algo difícil, imaginem o contrário. Estamos entre a “Cruz e a Espada”!
Preciso me decidir primeiramente o que fazer levando em conta meus gostos pessoais, minhas convicções, minha visão de trabalho e profissional ideal e que quero ser.
Listei as seguintes opções:
1 – Advogado de Empresa;
2 – Trabalhar em escritório de Advocacia ou constituir escritório próprio;
3 – Prestar concurso;
4 – Lecionar.

Vejamos os prós e contras de cada opção:

1 – ADVOGADO DE EMPRESA:
Para conseguir trabalhar em uma empresa tenho dois caminhos: Trainee/Estágio ou experiência. Se conseguir passar no árduo caminho de seleção para Trainee/estágio terei a oportunidade de não somente trabalhar no departamento jurídico, mas também de conhecer toda a estrutura da empresa, setores como produção, logística, gestão de pessoas, marketing, enfim, poderei até descobrir que tenho afinidade ou paixão por uma área diferente da área de formação. Gestão de pessoas, quem sabe?
Posso entrar também por ter experiência em determinada área específica: Contratos, Tributário, Trabalho, Societário, Comercial, Administrativo, enfim, vai depender das necessidades da empresa. Essa é uma opção um pouco distante de minha realidade. Se estou começando agora como posso ter experiência? Três, cinco, sete anos como algumas exigem. Não tive oportunidade de estagiar e se você teve a oportunidade em algum escritório ou empresa em uma determinada área e tem essa experiência, aproveite, seu caminho está mais curto do que você pensa!
Mas a dedicação a uma determinada área se concentra nas grandes empresas, já nas médias e pequenas empresas o conhecimento exigido é amplo, pois normalmente existem um ou dois advogados e que fazem de tudo um pouco. Logo, para trabalhar como Advogado em uma empresa menor terei que dominar Direito do Trabalho, Tributário, Comercial, Societário, Administrativo, Contratos, etc..., tudo junto.
Em ambos os casos precisarei dominar no mínimo uma segunda língua, pois com a globalização das empresas atualmente, é muito provável que tenha que me reportar a sede da empresa que fica nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Chile, China e por ai vai. Logo, se minha opção é trabalhar em uma grande empresa e até mesmo nas médias e pequenas, uma segunda língua não é mais diferencial, é pré-requisito. Assim como eu, muitos outros também não tiveram a oportunidade de começar o estudo de uma segunda língua desde cedo. Mas isso é desculpa? Acredito que não!
Nessa opção a dedicação é quase que exclusiva, senão total, pois com tantas áreas do Direito para dominar, tempo é questão crucial para atualização e entrega de resultados. Soma-se a isso, a necessidade intrínseca de entender de negócios (Marketing, Gestão de Pessoas, Finanças, etc...), mais precisamente do negócio da empresa, o que ela faz, como faz, porque faz, para quem vende, enfim, precisa entender a cadeia de processo, pois somente assim serei capaz de dar respostas jurídicas eficazes para o êxito da empresa.
E ainda, a possível exigência de mudança de cidade, a necessidade de deslocamento constante, realização de audiências, reunião com clientes, discussão de contratos e principalmente a forte pressão por resultados são mais alguns fatores que devo observar se essa for minha escolha profissional.
Já ia me esquecendo da remuneração. Para os Advogados em início de carreira em uma empresa a remuneração fica em torno de R$ 1.000,00 à R$ 4.000,00 reais. Com alguns anos a mais de experiência a remuneração está na faixa de R$ 4.000,00 à R$ 8.000,00 reais. Um gerente jurídico tem uma remuneração na faixa de R$ 10.000,00 à R$ 15.000,00 reais e um Diretor jurídico com bastante experiência e bons anos de empresa pode chegar ao salário de R$ 20.000,00 à R$ 30.000,00 reais, fora os bônus por desempenho. Obviamente que aqui terei que considerar que isso varia de empresa para empresa, principalmente pelo seu porte. Um Diretor jurídico de uma pequena empresa pode ter o salário de R$ 5.000,00/mês e sem direito a bônus.
Muitos desafios, mas seguramente uma opção de carreira dinâmica.

2 – TRABALHAR EM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA OU CONSTITUIR ESCRITÓRIO PRÓPRIO
            Para trabalhar em um escritório é preciso primeiramente ter estudado em uma boa faculdade (De primeira linha). Vejo esse requisito na maioria das publicações de vagas de escritórios em SP. Alguns escritórios publicam ainda que se esse requisito não for atendido o currículo é sumariamente descartado. Não quero aqui entrar no mérito da questão, mas isso é o certo a se fazer? Sem uma boa entrevista, dinâmica de grupo, conversa com os sócios do escritório, acredito que definir a qualidade de um profissional apenas pela faculdade onde se formou seria exagero. Se com todos os instrumentos de avaliação acima já é difícil acertar um perfil, imaginem impondo o pré requisito faculdade de primeira linha para descartar aqueles que não tiveram a oportunidade de estudar em uma boa faculdade, mas que seriam melhores profissionais, persistentes, perspicazes, corajosos e que apenas por causa da faculdade nem tiveram oportunidade de demonstrarem suas qualidades.
            Mas voltando ao cerne da questão, trabalhar em um grande escritório será o mesmo que entrar numa linha de produção, onde atuarei em áreas específicas do direito. Poderei quem sabe, com o passar do tempo migrando de um ramo para outro, adquirindo grande experiência.
            Há aqueles escritórios menores que poderei atuar já em mais de uma área específica, inclusive tendo a oportunidade de ter contato direto com alguns clientes, participar de reuniões, dar pareceres, enfim, não me sentir apenas um robô repetindo de forma mecanizada teses em contencioso de massa.      Há os escritórios butiques que são aqueles onde a especialização é o seu diferencial, diferentemente dos grandes escritórios onde quase todas as áreas do direito são atendidas. São escritórios reconhecidos por sua especificidade e qualidade em sua determinada área. Temos escritórios especializados em Direito Tributário, Fusão e Aquisição, Ambiental, Penal, Administrativo, etc... Para entrar em qualquer um desses o caminho se repete: Estágio ou Experiência.
            Posso conseguir um estágio durante a faculdade e logo após a aprovação no exame de ordem ser efetivado e a partir disso trabalhar como Advogado. Posso entrar também por ter experiência em uma determinada área. Vejo que alguns escritórios preferem até contratar recém formados e que já tenham sido aprovados no exame de ordem, pois acreditam que esses serão profissionais sem vícios, sendo ensinados de acordo com a cultura do escritório.           
            Dependendo da área que escolher não terei dúvidas de que a segunda língua será pré requisito. Muitos escritórios atualmente prestam serviços para empresas estrangeiras. Logo, os contatos e reuniões com esses clientes serão feitos única e exclusivamente utilizando a segunda língua.      No meu caso específico, este requisito está ainda um pouco longe de ser atendido, mesmo que já esteja estudando com afinco, o domínio de uma segunda língua não acontece num passe de mágica. É preciso tempo para assimilar o aprendizado e ainda mais tempo para praticar o aprendizado. Desistir? Obviamente que não!
            Aqui a dedicação também será quase que exclusiva. Sempre será assim? Não! Mas é preciso estar preparado para que isso aconteça quase que constantemente. Quem leu o livro Cartas a um Jovem Advogado, sabe que em um determinado ponto o autor menciona que por causa da assessoria do escritório em um grande negócio de sua cliente, tiveram que passar dias trancados no escritório, inclusive dormindo no escritório. Logicamente neste caso o sigilo da negociação e das informações era condição para que o negócio tenha sido realizado com sucesso, nada podia vazar. Estou citando apenas um exemplo que um grande escritório, mas não penso que seja diferente em escritórios menores, onde por culpa da globalização das transações comerciais, todo e qualquer empresa precise do apoio integral de um escritório de advocacia. O mercado não tem hora e o escritório (Digo, o Advogado) precisa estar ali, pronto para dar respostas eficazes, independentemente da hora. Viagens, reuniões com os clientes, audiências, negociação, discussão de contratos, acompanhamento em diligências, etc..., rotina normal de quem se propõe a trabalhar em um escritório.
            Já para aqueles que escolheram montar o seu próprio escritório, assim como eu, as dificuldades são ampliadas em um sem número de vezes. Não somente precisarei dar conta de solucionar os problemas dos clientes, mas também, gerir administrativamente o escritório.
            Quanto será o aluguel, o telefone, a internet, o sulfite, o toner da impressora, as despesas com combustível, alimentação. Meu Deus! Darei conta de tudo isso? É preciso preparação. Cursos de gestão de escritórios são uma mão na roda para aprender algumas dicas valiosas de como gerir o escritório. É o suficiente? Não! Não é suficiente, pois como disse anteriormente, inicialmente a carteira de clientes não é suficiente para manter todas as despesas do escritório, que mesmo sem demanda o custo se mantém alto.        
Mas e aí o que fazer? Qual caminho seguir? NÃO EXISTE SOLUÇÃO MÁGICA!".


SEGUNDA PARTE: 06/06/2011
Retornando ao presente texto, gostaria de agradecer pelos comentários que a primeira parte teve quando de sua publicação no blog ADVOCACIA HOJE  do meu amigo @LuisFRChacon e também quando o mesmo fora replicado no blog Exame de Ordem de Maurício Gieseler Perspectivas Após a Aprovação No Exame da OAB. Muitos leitores se identificaram com as situações relatadas! Que bom! Bom porque agora sei que as dúvidas e o momento pelo qual passo não são exclusividade minha e outros estão na mesma situação. Naquele primeiro texto refletimos sobre duas possíveis alternativas: a primeira relacionada com a Advocacia em escritório próprio e a segunda com a Advocacia como empregado (escritórios ou jurídicos). Agora, vamos em frente com nossas dúvidas: Prestar concurso e/ou Lecionar!

3 – PRESTAR CONCURSO
            Opção de muitos, obviamente! Mas precisarei ter em mente que ao optar por concurso público uma questão se tornará crucial: Tempo! Precisarei dispor de parcela significativa de tempo diário para me preparar. E quem tem tempo disponível? Difícil.
            Milhares e milhares de pessoas hoje estão focados em passar em concursos públicos, o que não significa que esses milhares de candidatos estejam preparados adequadamente. Percebe-se que muitos prestam uma prova de concurso público para ver se dá na sorte, tipo, quem sabe, não é? Ilusão!, triste ilusão!, vejamos:
            Para se tornar um servidor público atualmente é preciso ter um amplo conhecimento, seja em conteúdo de matérias previstas no edital, seja em preparação para a realização de uma prova. Várias são as bancas que organizam os concursos e cada uma tem a sua peculiaridade e forma de avaliação. Cabe ao candidato estar atento a banca que realizará o concurso que se tem em vista, sob pena de simplesmente não conseguir a pontuação necessária para sua aprovação. Não quero entrar em detalhes e nem mesmo tenho conhecimento suficiente das peculiaridades de cada banca, mas pelo pouco que li sei que realmente essas diferenças existem.
            Como escrevi anteriormente uma questão crucial é o tempo, tempo esse para adquirir o vasto “arsenal” de conhecimento necessário para obter a aprovação no concurso almejado. Já li vários relatos e também vários amigos me disseram que levaram no mínimo 1 ou 2 anos para adquirirem conhecimento suficiente para começarem a pensar em prestar o concurso pretendido. Não estamos aqui falando de concursos de níveis médios, mas sim de concursos jurídicos (Considerando que este é um de nossos objetivos após a aprovação na OAB!). Magistratura, Ministério Público, Defensoria, AGU, Procuradorias, Delegado, etc..., todos concursos extremamente difíceis e concorridos! Não estou dizendo que concursos de níveis médios são fáceis, mas sim que a preparação é outra!
            Recentemente um amigo próximo foi aprovado para o MP de São Paulo. Não me lembro ao certo, mas entre a saída da faculdade e sua aprovação 4 ou 5 longos anos e 3 ou 4 concursos prestados foram necessários para sua aprovação.
            Nestes concursos a amplitude de matérias cobradas no edital faz com que o tempo necessário de estudos seja grande. Não somente a leitura de todas as matérias do edital, mas sim a leitura, a revisão, a realização de exercícios, a leitura novamente, até que já estejamos (pensando que estamos) dominando o assunto e assim preparados para realizar a prova. Deus queira que já sejamos aprovados na primeira prova prestada, mas infelizmente a realidade é outra e a máxima dos concursandos é a de que “Concurso não se faz para passar, mas até passar!”. Soma-se a isso o fato de que não é a todo o momento que abre concurso para Magistratura, por exemplo, e a preparação precisa levar isso em conta. Um ano abre concurso para Magistratura, pode se levar um ano, dois, três ou até mais para que outra seleção seja novamente aberta. Citei Magistratura apenas como exemplo. Podem ser MP, Defensoria, AGU, etc...
            Mas sigamos em frente! Para optarmos por concursos públicos além de nos dedicarmos um bom tempo estudando e dominarmos o conteúdo do edital, outra coisa de faz necessária: O gasto com livros e cursinhos! Já que precisamos dominar um amplo leque de matérias, um bom número de livros também precisará ser adquirido e como já sabemos livros de direito não são baratos! É o mesmo investimento que montar um escritório para advogar? Pode ser que sim, pode ser que não, depende do “nível” de escritório, mas mesmo que não seja o mesmo gasto que montar um escritório, o gasto é relativamente alto! Acredito que por menos de R$ 3.000,00 não consiga comprar a bibliografia BÁSICA para começar a estudar. E se quero ser aprovado o mais rápido possível, bibliografia complementar e até mesmo duas ou três doutrinas de cada matéria são diferenciais para que eu possa dominar o assunto (Quero ressaltar que o ideal é escolher um bom livro de cada disciplina e estudar somente por ele até que se tenha noção e conhecimentos necessários para que a bibliografia complementar somente venha a agregar e não confundir!). Na mesma esteira da bibliografia complementar estão os cursinhos preparatórios, sejam os cursos presenciais, sejam os cursos on-line. Ambos são uma mão na roda para que o domínio do assunto seja alcançado o mais rapidamente. Hoje contamos com excelentes professores dando um show de domínio em cada área especifica. Uma ressalva se faz com relação ao método de estudo por cursinhos on-line: É preciso disciplina e dedicação! Não estou querendo dizer que são menos eficientes, estou querendo dizer que a disciplina e dedicação devem ser constantes, haja vista quer ficar “assistindo” duas, três, quatro ou mais horas uma tela de computador não é nada fácil!
            Outra coisa que aquele que opta por prestar concurso pode fazer é prestar outros concursos, ou seja, com foco no concurso X, pode prestar os concursos Y e Z para testarem o seu conhecimento e quem sabe de quebra ser aprovado também. Para aqueles que só estudam e as finanças não andam tão bem, essa é uma alternativa a ser considerada, pois já estabilizado financeiramente em outro cargo, terá condições emocionais (pressão por resultado) de continuar em frente com os estudos até que a aprovação no cargo almejado seja alcançada.
            Outro fator deve ser considerado para àqueles que optarem por concurso: a possibilidade de mudança de cidade para a posse. Recentemente outro amigo foi aprovado em um concurso, este para Auditor Fiscal do Trabalho. Estava muito contente, afinal o salário era de aproximadamente de R$ 13.000,00 (treze mil reais), só que estava preocupado com a possibilidade da (adaptação) mudança de cidade com família e filhos para, se não me engano o Nordeste. Como é um concurso federal o aprovado poderá ser enviado para qualquer lugar da federação e isso obviamente deve ser levado em conta na escolha daquele concurso tão sonhado e desejado. Claro que muitos ao prestarem concurso nem sequer ligam para isso, afinal, o alto salário vale a pena.
            Para quem não sabe (o que acho difícil), os salários após aprovado em um concurso da área jurídica varia entre R$ 2.000,00 à R$ 5.000,00 reais para cargos de níveis médios (Cargos técnicos), entre R$ 5.000,00 à R$ 7.000,00 reais para cargos de nível superior (Assistentes e analistas), entre R$ 7.000,00 à R$ 22.000,00 reais para outros tantos cargos na administração pública, sejam eles jurídicos ou não. Por exemplo: Salário inicial de delegado federal: R$ 13.000,00 reais. Salário de Advogado Geral da União R$ 14.000,00 reais. Salário de Procurador do MPF R$ 21.000,00 reais, Salário de Promotor de Justiça R$ 19.000,00 reais. Salário de Juiz Estadual R$ 19.000,00 reais. Salário de Juiz do Trabalho R$ 21.000,00 reais. Enfim, todos que almejam um cargo na administração pública sabem que o salário é extremamente convidativo, tomando por base, por exemplo, que na iniciativa privada para se chegar ao patamar de receber um salário de R$ 20.000,00 leva-se muitos anos e experiência adquirida e uma boa dose de sorte. Mas faço uma ressalva: Não pensem que após a aprovação vocês terão vida mansa, muito pelo contrário, a cobrança por resultados e o alto volume de trabalho serão fatores freqüentes em suas vidas, ou o que sobrar dela. Brincadeiras a parte, a administração pública vem tentando fazer valer o princípio administrativo da eficiência, tudo para se fazer o máximo, com menos recursos e em menos tempo. Os salários são bons, mas você será exigido igualmente, mas não tenho dúvidas que valha a pena! Faltou ainda falar da estabilidade, ou seja, uma vez aprovado e empossado, você terá estabilidade, sendo que a demissão somente se dará em casos de faltas graves e mediante processo administrativo disciplinar, este com amplo direito de defesa assegurado pela Constituição Federal.
            Para finalizar este tópico, ressalto que apesar de ser grande o esforço de preparação, seja na aquisição de conhecimento teórico, seja em preparação emocional, a satisfação de ser aprovado em um concurso dizem que é indescritível! Não tenho muitas pretensões em concursos públicos a não ser no caso da Magistratura, seja Estadual, seja do Trabalho.

4 – LECIONAR
            Eis nosso último tópico. Lecionar! Seja em qual dos caminhos que seguir, seja montar escritório, seja advogar em empresa, seja prestar concurso, lecionar pode ser uma opção concomitante, vejamos:
            Ao se preparar para advogar e prestar concurso (Obviamente que o conhecimento adquirido após a posse também vale muito!), o conhecimento adquirido pode ser transmitido através de aulas para outros alunos, seja em faculdades, seja em cursinhos. O conhecimento nunca, jamais é perdido!
            Mas não pense que apenas dominar alguma matéria é suficiente para sair dando aula por ai, em alguns casos sim, outros não. Vejamos as peculiaridades de lecionar:
            Você pode dominar várias matérias, mas você pode também dominar uma matéria, por exemplo, você pode dominar Direito Constitucional, Direito Administrativo e Direito Tributário, como você pode somente dominar Direito Tributário. Enfim, depende do seu esforço! Porque digo isso? Porque vejo que não preciso necessariamente ser expert em todos os assuntos para começar a lecionar e o domínio de apenas e tão somente de uma matéria já é a porta de entrada para se conseguir uma vaga de professor. Dizem que lecionar requer paixão por aprender e por ensinar. Não duvido disso, pois lecionar não é tão simples assim.
            Como já dissemos, lecionar requer bom preparo para aquela determinada matéria, conhecimento da lei, doutrinas, jurisprudência, súmulas, orientações, etc..., ou seja, o máximo que puder saber e estar atualizado sobre a matéria que for lecionar. Além disso, é preciso saber como transmitir isso aos alunos, ter didática, pedagogicamente falando, é preciso ser claro na exposição do assunto, paciente para explicar quantas vezes for até que as dúvidas sejam esclarecidas, ter dinamismo em sala de aula (quantas vezes você já teve que agüentar aquele professor monótono que nem sequer o tom de voz varia?), diálogo com os alunos (Por incrível que pareça tem professor que entra na sala dá a sua aula e não estabelece essa troca riquíssima que é dialogar com os alunos, se acham intocáveis!), se preparar para a aula, preparar material (Slides, resumos, exercícios) para os alunos, enfim, são coisas que o tempo em sala de aula vai ensinando (quem quer aprender), mas também pode ser objeto de aprendizado antes mesmo de começar a lecionar. Como? Através de treino! Treine na frente do espelho, grave sua voz e se ouça, lecione para o irmão, para o tio, para a mãe, para a avó, para os amigos, pois dessa forma já vai aprendendo a organizar o raciocínio, a dominar as mãos (Tem gente que movimenta demais as mãos ao falar). Uma boa dica é ler e treinar técnicas de oratória.
            Além disso, atualmente muitas faculdades por exigência do MEC somente contratam professores que possuem título de Mestre. Após se formar você poderá fazer uma pós graduação, Lato ou Strictu Sensu. Lato Sensu são os cursos de pós graduação com carga horária mínima de 360h, as chamadas especializações. Já os cursos Strictu Sensu são os programas de mestrado e doutorado. As especializações tem duração de 1 ano a 1 ano e meio. O mestrado tem duração de 2 anos e o doutorado duração de 4 anos. Não preciso necessariamente fazer uma especialização para depois fazer mestrado e depois doutorado. Posso após me formar, entrar diretamente no mestrado. Mas tudo isso tem um custo! Pós graduações existem para todos os gostos e bolsos. Atualmente existem especializações a partir de R$ 2.000,00 reais, chegando a mais de R$ 20.000,00, dependendo da Instituição onde você estude. Já os programas de mestrado e doutorado não saem por menos de R$ 35.000,00 reais ao final do curso. Existem ainda os programas de bolsas de estudos de órgãos de fomento a pesquisa, tais como CNPq, FAPESP, CAPES, entre outros. É preciso estar atento a divulgação dos editais de bolsas. Para participar é preciso apresentar um bom projeto de pesquisa e ser aprovado. Após a aprovação é que se dará a pesquisa em si.
            Para quem quer lecionar a mudança de endereço também pode acontecer. Conheço vários professores que ao passarem em concursos para lecionar tiveram que se mudar, de mala e cuia, com a sua família, inclusive para outros Estados. Obviamente que você nem precisará se mudar se em sua cidade tiver uma faculdade ou até mesmo na cidade vizinha.
            A remuneração para quem quer lecionar é convidativa, dependendo do número de aulas que você der. Se você dá bastantes aulas é possível que tenha uma renda de mais de R$ 10.000,00 reais (ressalto que aqui depende da titulação e da Instituição onde leciona). Como não há contrato de exclusividade, você poderá ser contratado por mais de uma faculdade. Explicar como isso é possível é matéria para outro texto, mas digo que sim, é possível, sendo que com isso, obviamente sua remuneração aumentará consideravelmente.
            Bons professores também lecionam em cursos de pós graduação, sendo que grande parte dos cursos de pós graduação (especializações) contratam o professor para lecionar um módulo e estes recebem o valor fechado por esse módulo. Algumas faculdades pagam entre R$ 500,00 reais à R$ 3.500,00 reais ou mais por dia de aula (ressalto que aqui depende da titulação e da Instituição onde lecionará).
            Enfim, pode se lecionar somente em cursinhos. Cursinhos preparatórios para concursos, para OAB, etc... Não sei ao certo qual é a remuneração aqui praticada, mas os comentários são de que recebem uma boa remuneração.
            Há ainda aqueles professores que viajam o Brasil todo dando aulas e palestras. Recebem um bom valor por cada uma, além das despesas de viagens e hospedagens serem pagas todas por àqueles que os contratam.
            Enfim, quem se dedica a lecionar deve criar o hábito da pesquisa e da publicação de artigos e livros e também orientar os alunos na pesquisa, monografias, trabalhos e também publicação de artigos.
            E ainda, quem se dedica a lecionar pode ter certa flexibilidade em seus horários, ou seja, podem lecionar de manhã e noite e terem a tarde livre, usando-a para estudar, preparar aulas ou como já disse anteriormente, concomitantemente exercer outra profissão como Advogado, Juiz, Promotor, etc..., cabendo a cada qual utilizar o seu tempo disponível da maneira como queira.
            Resumindo: Lecionar é uma boa opção após a saída da faculdade, pois ao mesmo tempo em que vai se preparando para um concurso, por exemplo, o conhecimento adquirido pode ser transmitido para os alunos e de quebra já ir fazendo o seu pé de meia!
            Caros amigos, não quis com esse texto esgotar todos os assuntos tratados. É apenas uma reflexão sobre qual caminho seguir após a faculdade. Como já percebi pelos comentários recebidos após a publicação da primeira parte, são dúvidas pertinentes a milhares de pessoas, não somente a mim.
            Para finalizar quero deixar registrado o que escolhi: Montei um escritório a 1 ano atrás sozinho, com a cara e coragem. Mas como trabalho em outro emprego e não tinha quem ficasse no escritório para mim, perdi várias oportunidades. Após 8 meses de escritório, resolvi compartilhar com um amigo o espaço. Infelizmente também não deu certo, dentre outras coisas, descobri que esse amigo também não ficava no escritório, conforme combinado. Resolvi fechá-lo, pois, a conta da manutenção do escritório não estava mais fechando no final do mês.

DECIDI QUE QUERO LECIONAR
Não simplesmente por que quero. Trabalho numa faculdade desde os meus 16 anos (Tenho 27 e os meus estudos somente foram possível porque trabalhava oito, nove, dez horas por dia, e tive bolsa e mesmo assim achava tempo para estudar!) e acho o máximo ser professor. De quebra, com a chegada de meu filho para setembro (Minha esposa, Alessandra está grávida de 5 meses do Lucas! \o/), a preparação para lecionar será ainda maior. O que farei concomitantemente com o magistério ainda é uma incógnita em minha cabeça. Sempre dizia em sala de aula que depois de formado queria advogar. Era um dos únicos. Acho o máximo essa profissão, mas ao contrário do que muitos dizem, não é fácil conseguir entrar e se manter nesse mercado, seja como profissional liberal, seja como advogado de empresa, detalhes já dei nos dois primeiros tópicos. Estou começando a considerar a opção de concurso para Magistratura, seja Estadual, seja do Trabalho. Afinal de contas, agora não sou só eu, sou eu, minha esposa e meu filho e garantir um futuro com tranqüilidade, segurança e conforto para eles é mais que minha obrigação nesse momento, ou seja, não tenho tempo a perder!
            Mas e aí o que fazer? Qual caminho seguir? Não existe solução mágica! Existe trabalho, dedicação e preparo, pois somente assim a sorte pode lhe sorrir!
            Desejo sucesso, saúde, muito trabalho e dedicação a todos, pois no final tudo terá valido a pena!
Se quiserem trocar experiências estou à disposição!
            Abraços e sucesso a todos!
Gilmar Vieira é Bacharel em Direito pelo Centro Unisal, Advogado Especializando em Direito Empresarial pelo Centro UNISAL, Lorena/SP.
Twitter: @gilmarvieira

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Boas vindas + dicas sobre estudos

Olá amigos, como vão?
Enfim o ano começa de fato. Gostaria de aproveitar o momento para desejar boas vindas aos alunos calouros do Direito UNISAL Lorena.

Teremos um semestre longo, com poucos e raros feriados, o que nos proporcionará um grande avanço no aprendizado da Teoria Geral do Processo.

Mas antes de tudo, gostaria de compartilhar com vocês algumas interessantes dicas sobre preparação para concursos. 

Na verdade são dicas sobre o que não fazer durante a preparação para concursos. 

Acredito sinceramente que tais dicas valem para aqueles que ainda estão iniciando a graduação, tendo em vista que o leque de disciplinas para estudar durante o semestre é grande e tempo é vital! 

Mas acreditem, com um pouquinho de organização e método, tudo dará certo!

Vamos às dicas:


OITO ERROS QUE OS CONCURSEIROS INSISTEM EM COMETER!
(depois não passam e dizem que não tem sorte)
As dicas valem a pena, vejamos:

1.    DESPRETENSÃO - Trace metas, estabeleça objetivos claros a serem conquistados e em quanto tempo. Tenha sonhos, ambições, almeje alto, mas lembre-se que quanto maior a objetivo, maior o esforço.

2.    DESCULPAS - Pare de arrumar desculpas para não estudar. "Assuma sua responsabilidade, arregace as mangas e comece a estudar hoje mesmo, sem desperdiçar parte do dia com pretextos".

3.    DESORGANIZAÇÃO - Organize sua vida, mobilize todas as pessoas que estão em sua volta para este fim. Converse com a família e amigos para ajudá-lo, ou, ao menos, não atrapalhá-lo nesta empreitada.

4.  ANSIEDADE - Cresça de modo gradual e sólido. Não se esqueça de que você não irá apreender todo o conhecimento na primeira aula, leitura ou contato com o tema, mas sim em razão de um estudo constante, progressivo e repetitivo. 

5.   DESPERDÍCIO DE TEMPO - Aproveite o tempo livre. Independentemente de onde estiver. Caso tenha alguns minutos disponíveis, utilize-os para estudo e leitura.

6.     EXCESSOS - Abandone o desnecessário. Desative suas contas em sites de relacionamento, diminua o tempo com televisão. Não permita a aproximação de tentações insuperáveis.

7.   LIMITES - Supere-os! Quando já estiver cansado, não imagine que tem que estudar tantas horas ainda, mas lute para estudar mais 15 minutos, 15 páginas ou até o próximo capítulo. Vença a fadiga aos poucos e por etapas.

8.    DESISTÊNCIA - Persista, nem todos são aprovados no primeiro concurso. A perseverança é a chave do sucesso, todos que persistem nos estudos conseguem a aprovação.




sábado, 2 de fevereiro de 2013

Um excelente ano de 2013 para todos!

Olá amigos,
Essa é a primeira postagem deste ano. Resolvi mudar um pouco a estrutura a a finalidade do blog.
Antes postava somente notícias correlatas ao Direito Empresarial (Trabalho, previdenciário, contratos, consumidor, falência, concorrência, entre outros).

Agora e primeiramente o espaço é dedicado aos alunos. Aqui eles encontrarão materiais de aulas. Num segundo momento o blog se destina àqueles que tem interesse em notícias jurídicas. E ainda, serão disponibilizados dicas de concursos, resumos e vídeo aulas.

Espero que gostem!

Um excelente ano de 2013 para todos com esperanças renovadas e muita fé!

Foco, Foco, Foco!

Abraços