A expectativa do mundo jurídico é para que o Projeto de Lei 06/2009,  que reestrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC),  aprovado no início deste mês pelo Senado, entre em vigor já em 2011. E é  o que realmente deve acontecer no próximo ano.
Menina dos olhos do ex-presidente do Conselho Administrativo de  Defesa Econômica (Cade), Arthur Badin não pôde ver o chamado “novo Cade”  quando ainda estava à frente do órgão antitruste. Por isso, o  conselheiro Vinicius Carvalho foi quem acompanhou a sessão de aprovação  do texto. 
Durante entrevista coletiva à imprensa, concedida na semana passada, o  conselheiro afirmou que espera uma participação ativa do futuro  ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, especialista em Direito  Público, nas negociações com as lideranças da Câmara dos Deputados.
“Espera-se que em 2011, com a entrada em vigor da nova lei  antitruste, haja considerável queda no número de operações de fusão e  aquisição que são submetidas à apreciação do Cade, principalmente devido  à elevação do piso do faturamento, segundo o qual apenas as empresas  que faturam mais de R$ 1 bilhão por ano teriam de submeter suas  operações ao Cade, ao invés do atual piso de R$ 400 milhões”, opina  Roberto De Marino Oliveira, dá área societária do Peixoto e Cury  Advogados.
“O ano de 2011 tem uma incógnita, que é a aprovação do novo Cade. Se  aprovado, poderemos ter um cenário diferente do que existe hoje em  termos de resultado de atuação”, avalia Mario Nogueira, do Demarest e  Almeida Advogados.
Nova gestão
Ainda sem um novo presidente e com o conselheiro Fernando Furlan na vaga como interino, o ex-presidente Arthur Badin é lembrado como alguém que se destacou pela mão pesada contra as empresas.
Ainda sem um novo presidente e com o conselheiro Fernando Furlan na vaga como interino, o ex-presidente Arthur Badin é lembrado como alguém que se destacou pela mão pesada contra as empresas.
“A gestão de Badin, considerada por muitos especialistas como a mais  rigorosa da história dessa autarquia, foi marcada pela intensificação do  combate a cartéis, tendo registrado, inclusive, a maior multa já  imposta a um cartel (R$ 2,3 bilhões), no caso que ficou conhecido como o  ‘cartel dos gases’, cuja decisão está concorrendo a um prêmio  internacional concedido pela revista britânica ‘Global Competition  Review’ como tendo sido a melhor decisão antitruste do mundo em 2010”,  comentou Roberto De Marino Oliveira.
Já o também advogado Mario Nogueira avaliou a gestão de Badin frente  ao Cade como uma “gestão produtiva, que fez mais do mesmo”. “Mas isso  não é necessariamente ruim. Há problema, sim, quando se inventa novidade  e pega as pessoas de surpresa. Por isso, acho que o novo presidente não  deve mudar a linha de atuação imposta hoje no Cade”, arrisca.
A vacância no cargo de presidente do Cade existe desde 6 de novembro,  quando Arthur Badin deixou o cargo. Com isso, o órgão antitruste conta  atualmente com cinco conselheiros, quórum mínimo para julgamento.
Fonte: Leis e Negócios - IG 
 
 
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